Alvenaria gera 50% do volume de resíduos de uma obra, madeira 30% e gesso 10%. Cada um requer procedimentos específicos. Saiba quais são eles
As obras residenciais ou comerciais que utilizam processos construtivos convencionais, geram entre 0,10 e 0,15 m³ de Resíduos da Construção Civil. 50% desse volume se referem à alvenaria, concreto, argamassas e cerâmicos; 30% à madeira; 10% ao gesso; 7% ao papel, plástico e metais; e 3% são constituídos de resíduos perigosos e outros resíduos não recicláveis, inclusive rejeitos.
Para obras de engenharia que demandam terra para mera regularização topográfica, deve-se considerar requisitos específicos da legislação local. Assim como é preciso identificar licenciamento ambiental específico para o recebimento e disposição final de solos.
Os resíduos brutos podem ser reutilizados em obra para reaterros, de forma simplificada, reconhecendo condições necessárias de compactação e estabilidade do terreno. As possibilidades poderão estar relacionadas a processamento dos resíduos em canteiro ou em unidades de reciclagem externas.
Os cuidados, neste caso, estão na identificação do perfil de geração dos resíduos para definir processos de reutilização ou reciclagem, respeitando também os potenciais consumos locais dos materiais reutilizáveis e, mais especificamente, dos agregados reciclados. É importante considerar a tecnologia mais adequada para atender o mercado demandante e as especificações definidas por normas técnicas aplicáveis.
O procedimento ideal é reutilizar as peças exaustivamente e redimensioná-las para uso diversificado, preparando local próximo da carpintaria para formação dos estoques intermediários. Esgotadas as possibilidades de reuso em canteiro, destinar externamente para unidades que trituram resíduos de madeira, transformando-os em cavacos para servirem como combustível em fornos e caldeiras em substituição à madeira virgem.
É preciso preparar locais para triagem dos resíduos em canteiro, garantindo qualidade das cargas com isenção de contaminantes, como terra, areia, cimento e outros.
Desde as caixas até as sacarias vazias, o papel e o papelão devem ser enviados a cooperativas ou a empresas que comercializam aparas para formação dos lotes para venda aos recicladores, que produzem embalagens e artefatos, incorporando conteúdo de papel reciclado ao processo de produção.
O armazenamento temporário no próprio canteiro deve ser feito em local abrigado e seco.
Os materiais plásticos estão presentes em embalagens, lonas, telas, pedaços de tubulações e conduítes, entre tantos outros. É importante realizar a identificação prévia, na cadeia de reciclagem regional, das condições específicas para destinação, considerando principalmente, os tipos de polímeros que são aceitos.
Embalagens vazias, arames, pedaços de tubulações e vergalhões de metal, entre outros itens, são encaminhados a cooperativas ou a empresas que comercializam sucatas metálicas, com destinação final na indústria siderúrgica.
As sobras de aplicação e aparas de gesso acartonado devem ser enviadas a empresas que concentram cargas para destinação final dos resíduos em indústrias de cimento. Os resíduos devem ser ensacados assim que forem gerados e acondicionados em caçambas exclusivas, para evitar mistura com resíduos de alvenaria e concreto.
intas, solventes, óleos, graxas, instrumentos de aplicação impregnados, estopas, uniformes, EPIs contaminados, entre outros, são classificados como resíduos perigosos. Devem ser destinados a empresas aptas a receberem resíduos perigosos para uso em fornos de cimento (coprocessamento). Neste caso, são vários os cuidados no canteiro, a começar pelo preparo de abrigo sinalizado, contido e ventilado para acondicionamento temporário. É preciso manter à mão um kit para mitigação constituído por areia ou serragem com pá para recolhimento dos resíduos contaminados e limpeza de superfícies, após derramamento de combustíveis ou de outras substâncias químicas. O transportador a ser contratado precisa ter habilitação específica para transportar resíduos perigosos.
A destinação deve ser feita em aterros aptos a receber resíduos classe I – perigosos. O primeiro cuidado com o amianto é evitar fragmentação. Materiais contendo amianto devem ser paletizados, cintados e envelopados preferencialmente com plástico espesso. O transportador a ser contratado deverá ter habilitação específica para transportar resíduos perigosos.
As águas residuais da lavagem de instrumentos de aplicação como pincéis, trinchas e brochas devem ser destinadas a estações de tratamento de efluentes físico-químicos. A exemplo dos demais resíduos perigosos é preciso providenciar documentos para validar processo de destinação de resíduos perigosos.
A exemplo dos demais resíduos perigosos é preciso providenciar documentos para validar processo de destinação de resíduos perigosos